domingo, 31 de agosto de 2008

Louvor (Avaliador Externo)

Louvor

Eu, João Diogo Pereira d’ Eça Franco de Lima, enquanto Avaliador Externo, acreditado ao abrigo do Despacho 19047/2006 – Ministério da Educação, louvo o esforço, dedicação, competência e acima de tudo, profissionalismo e humanidade com que a equipa do Centro Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas João Franco tem realizado a implementação do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências no âmbito da iniciativa Novas Oportunidades até à presente data. O meu reconhecimento pessoal e profissional releva também o mérito que esta equipa tem na promoção da importância da aprendizagem e reforço positivo que dão a todos os adultos que acompanhei em júris de validação, levando a locais, onde não existem opções de formação e / ou qualificação, uma oportunidade de mudança de vida para todos aqueles que a procuram. Os meus parabéns e o meu louvor.

Maio de 2008

Avaliador Externo – ANQ/DGFV

Itinerâncias

CNO Fundão - Localidades onde estamos

A região de intervenção do CNO Fundão é o território da Cova da Beira.

Neste contexto, para chegarmos a todos as localidades, a importância das parcerias é fundamental. Temos consciência de que só o trabalho conjunto de todos poderá ajudar a resolver o problema da falta de qualificações da população adulta.

O processo é gratuito e está próximo de todos nos seguintes locais:

Concelho de Belmonte

Colmeal da Torre

Concelho da Covilhã

Barco

Coutada

Dominguiso

Ourondo

Peso

Tortosendo

Concelho do Fundão

Alcaide

Alcaria

Alpedrinha

Atalaia do Campo / Póvoa da Atalaia

Barroca

Bogas de Cima

Capinha

Castelejo

Fatela

Fundão

Janeiro de Cima / Bogas de Baixo

Lavacolhos

Mata da Rainha

Orca

Peroviseu

Salgueiro

Silvares

Soalheira /C.

Castelo Novo

Souto da Casa

Telhado

Vale de Prazeres

Valverde

O CNO Fundão continua aberto a aceitar novas propostas e pode chegar a outras localidades, principalmente, àquelas onde não existe outro meio de qualificação.

A Coordenação do CNO do Agrupamento de Escolas João Franco

Um ano em imagens

Finalmente, o Grande Dia ...


"Trezentos adultos, que frequentaram o Centro Novas Oportunidades do Fundão, receberam, no dia 25 de Julho, certificados de conclusão dos níveis básico e secundário de educação.
A cerimónia, que contou com a presença de Valter Lemos, Secretário de Estado da Educação, decorreu na Escola do Ensino Básico com 2.º e 3.º Ciclo João Franco, no Fundão."

in http://www.anq.gov.pt/ - Notícias, 2008-07-29





A Cerimónia de Entrega de certificados contou ainda com a presença de:

Prof. José Brito - Coordenador do CNO Fundão;
Dra. Maria do Carmo Gomes - Vice-Presidente da Agência Nacional para a Qualificação;
Dr. Valter Lemos - Secretário de Estado da Educação;
Dr. Carlos S. Martinho - Vice-Presidente da Câmara Municipal do Fundão;
Dra. Alzira Serrasqueiro - Governadora Civil de Castelo Branco;
Dra. Filomena Diamantino - Pres. Conselho Executivo do Agrup. Escolas João Franco;
Dra. Cristina Lopes Dias - Directora Regional Adjunta - DREC






O Primeiro Júri de Certificação - RVCC - NS
No dia 4 de Abril, as candidatas Céu Pissarra e Fátima Mendes, viram as suas competências reconhecidas em sessão de júri.




Testemunho ...

Decidi também começar a pensar em mim

Como dizia Paulo Coelho, numa das suas obras “O Alquimista”, “só uma coisa torna um sonho impossível, o medo de fracassar”.
Decidi ingressar neste processo com a finalidade de conseguir concretizar um sonho que tinha ficado por realizar, visto as explicações de matemática serem caras e não tinha disponibilidade financeira para tal.
Tal como refere Paulo Coelho, existe sempre o medo de fracassar, no entanto com força de vontade, dedicação e graças a este processo vou ter oportunidade de completar o 12º ano e concretizar assim o meu sonho.
A única maneira de salvarmos os nossos sonhos é sermos generosos com nós mesmos e pensarmos um pouco também em nós. Assim foi, deixei de pensar só nos outros e decidi também começar a pensar em mim. Tomei consciência que as tarefas quotidianas jamais podem impedir alguém de seguir os seus sonhos.
Sofri uma derrota, “cortaram-me as asas” quando era nova. Não pude completar os meus sonhos por dificuldades financeiras, pois existem derrotas mas ninguém escapa delas. Por isso, é melhor perder alguns combates na luta pelos seus sonhos, que ser derrotado, sem sequer saber porque está lutando.
Quando tomei conhecimento deste processo, não hesitei em inscrever-me, tive a certeza de que “uma porta se abria” para concretizar o meu sonho e a minha realização pessoal.
Este processo era totalmente desconhecido para mim, não sabia em que consistia concretamente, mas algo dentro de mim me dizia que tinha de arriscar inscrever-me para atingir os meus objectivos.

Com este processo idealizava algumas coisas acerca dele.
Desde o início pensava ter aulas e no final ter uma prova escrita e oral, tipo o que se faz no secundário, no entanto foi tudo um pouco diferente.
Tinha algumas expectativas quando entrei para este projecto: adquirir conhecimentos sobre algo que me era desconhecido sobre teorias etc.; de certo modo adquiri conhecimentos novos, adquiri o gosto pela leitura e pesquisa. No entanto, esperava ter aulas como tive até ao 12º ano (incompleto).
Apesar de ser algo que sonhava, tive de ultrapassar alguns obstáculos que se me foram colocados ao longo deste percurso. No início, a minha maior dificuldade foi habituar-me ao meu novo estatuto de aluno. Adquirir outra vez a capacidade de concentração para a realização dos trabalhos, saber como realizá-los. Tinha algumas dificuldades em pesquisar na Net, demorava algum tempo até que me fui habituando. Agora consigo pesquisar sem dificuldades acrescidas.
Penso que é um processo muito bem elaborado, que nos faz reflectir um pouco sobre nós, o grupo onde estamos inseridos, a família e a sociedade. O tema dos trabalhos está adequado às alterações e às problemáticas que existem no mundo de hoje.O futuro é uma incerteza, hoje tenho o meu trabalho, no entanto amanhã não sei o que me espera. Cada vez temos mais pessoas no desemprego e o facto de ter mais habilitações académicas dá-me mais oportunidades na obtenção de um emprego.
Adulto
RVCC - NS

Testemunho (Luís Matos e José Carlos Duarte)

Não hesitei

Quando tomei conhecimento da existência deste processo, levado a cabo pelo Centro de Novas Oportunidades do Fundão não hesitei e fui-me inscrever, com intuito de prosseguir para um curso EFA. Na primeira sessão, fiquei surpreendido, pois pensava que seria nos mesmos moldes que o ensino oficial, isto é, que tínhamos aulas regularmente, testes, entre outros, mas depois quando explicaram a forma como se desenrolava o processo, parecia fácil. No entanto, quando metemos mãos à obra as coisas começaram-se a complicar. Saía do trabalho e a vontade era pouca para fazer os trabalhos de casa. Então, deixei passar o tempo. Esta foi mesmo a maior dificuldade, mas lá consegui terminar a minha autobiografia a tempo.
Quando acabar a certificação e tiver a carteira profissional espero conseguir trabalho na área e, se possível, trabalhar por conta própria.

Luís Matos
106 EFA
Fundão
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Agarrei a oportunidade com entusiasmo

No final de um ano de trabalho e estudo é altura de fazer uma análise do trabalho desenvolvido para um sonho que já vem de longe, pois tem mais de quarenta anos, quando, por falta de meios financeiros de meus pais, fui empurrado para o mundo do trabalho, interrompendo um sonho que era estudar para ser alguém na vida, com um modo de vida mais desafogado e com um trabalho mais bem remunerado.
Agora que surgiu a oportunidade, eu agarrei-a com entusiasmo e empenho, para que possa pelo menos realizar um desejo pessoal que é concluir o ensino secundário através do sistema RVCC, ou seja o Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências adquiridas ao longo da vida de trabalho, de lazer, convivências com a família, amigos e colegas.

José Carlos Ferreira Duarte
Grupo 89 NS
Fundão

Testemunho (Beatriz Branco e José Guerra)

As mudanças continuam a acontecer

As mudanças continuam a acontecer e o conceito de educação ao longo da vida deve ser encarado como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes, aptidões e da sua capacidade de discernir e agir.
A informação encontra-se hoje mais disponível para os cidadãos, que através dela podem adquirir competências, alargando e evoluindo o conceito de escola limitado ao espaço e tempo para aprendizagem ao longo da vida.
Para que esta mudança de forma de aprendizagem seja compreendida e reconhecida, os Centros de Novas Oportunidades aparecem como fundamentais na criação de condições para “reconhecer, validar e certificar competências”.
Com a ajuda e orientação dos formadores, cada formando vai elaborando o seu PRA com as suas experiências de aprendizagem. Durante este percurso que decorre ao ritmo do formando, e falando no meu caso, para além dos conhecimentos adquiridos ao longo da minha vida pessoal e profissional, fiz muitas perguntas, muitas pesquisas na internet e em livros. As pesquisas feitas sobre assuntos que eu quis expor duma maneira mais completa e actualizada não me foi imposta, eu própria senti interesse em aprofundar esses temas, para alargar os meus conhecimentos e adoptar uma postura mais correcta perante os problemas que nos afectam a todos.
Durante este processo sempre vi o formador no papel de orientador e principalmente valorizador do meu saber e das minhas escolhas e não como impositor das suas.

Beatriz Branco
Grupo 85 NS
Silvares
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Balanço Final
Inicialmente foi difícil familiarizar-me com as matérias, pois não as compreendia no seu todo, contudo no desenrolar do tempo entrosei-me e comecei a compreender com os formadores que procuraram que cada um de nós tivesse contacto com novas experiências, o que se revelou muito enriquecedor. Estiveram sempre atentos relativamente à realização das diferentes actividades, corrigindo os aspectos inadequados e ensinando novas técnicas.
Considero que apesar de algumas dificuldades com que me deparei, o meu empenho pessoal, motivação, dedicação e esforço, vieram favorecer o cumprimento dos objectivos que haviam sido delineados, além do que foi também imprescindível o apoio, ajuda, colaboração e orientação dos formadores, bem como da profissional que foram sempre explicitando e clarificando algumas dúvidas, facilitando, no final do RVCC, uma boa compreensão e resolução dos temas.

Vantagens do processo:
Não posso deixar de referir, a importância que a informatização e automatização têm neste tipo de tarefas.
Este RVCC é dinâmico e está em constante evolução.
Tenho disponibilidade de horário.
O trabalho é essencialmente desenvolvido em autonomia (organizando-me sozinho).
Adaptei o meu ritmo de trabalho às exigências do processo.

O facto de recorrer às minhas aprendizagens, valoriza a experiência de vida, foi uma motivação porque ia falar do que aprendo.
Finalmente, no que se refere ao trabalho por mim desenvolvido, penso ter atingido com êxito os objectivos delineados para esta experiência, visto ter-me empenhado ao máximo na concretização das actividades solicitadas.

José Guerra
Grupo 89 - NS
Fundão

Testemunho (Madalena Carvalho)

É preciso tornar o Programa mais acessível


É certo e muito badalado por toda a gente, que o interior do país, pelo seu isolamento e distância dos grandes centros urbanos, carece cada vez mais de um olhar atento por parte dos nossos dirigentes, de modo a poder garantir igualdade de oportunidades para aqueles que resistem e continuam a povoar estas paragens, lutando contra as mais diversas dificuldades que enfrentam.
Esta iniciativa de Reconhecimento, Validação, e Certificação de Competências, foi para nós uma lufada de ar fresco na possibilidade que nos é oferecida, de podermos ver reconhecido todo o conhecimento que ao longo das nossas vidas fomos adquirindo. Tornou-se para mim, motivo de maior auto estima e consciencialização das minhas capacidades. Andei a vida inteira a ouvir falar em modéstia e discrição, de certa forma a não evidenciar as minhas reais competências. A aguardar que os outros as reconhecessem. Neste processo, fomos levados a por de lado todos esses preconceitos e a mostrar aquilo que de bom e sábio adquirimos ao longo da nossa existência.
Se para mim foi relativamente acessível integrar-me no esquema das Novas Oportunidades, reconheço que para a maior parte das pessoas aderentes, tal não é assim tão evidente. Reconheço assim que para quem não está habituado a escrever no seu dia-a-dia, se torna um pouco difícil transmitir para o papel, os conhecimentos adquiridos e o que nos é pedido que saibamos identificar e nos quais temos que saber mostrar a nossa vivência. Penso que há ainda algum caminho a percorrer no sentido da orientação nas sessões, ou na apresentação mais selectiva e pormenorizada dos temas a abordar. Também a exigência da presença física, mais efectiva e regular nas sessões, pode transmitir a muitas pessoas um maior sentimento de compromisso e proximidade, por parte daqueles que precisam do apoio necessário para levar a termo este projecto. Tenho também de falar na dificuldade que muitas pessoas têm em se isolar, nas suas casas, para procederem à elaboração dos trabalhos a apresentar. Seria pois de grande utilidade que essas pessoas pudessem ter mais apoio, em horas passadas com os professores.
Não sendo de fácil abordagem, os temas apresentados carecem de muita reflexão e tempo para nos podermos exprimir sobre os mesmos. Concordo que tratando-se do nível secundário, o grau de exigência é mais elevado. Mas, se queremos dar oportunidade a grande parte dos adultos que abandonaram a escola porque esse método não lhes despertava interesse suficiente, será preciso rever os moldes em que este Programa é apresentado. È preciso tornar o Programa mais acessível e arranjar forma de tornar atractiva a maneira como se lhe deve corresponder.


Madalena Carvalho
(Soalheira)
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Estava habituada a um ensino diferente

Ao iniciar o RVCC fui logo determinada, tinha que terminar. Confesso que no início era um pouco estranho, entender que ensino era este, pois eu estava habituada a um ensino diferente, com disciplinas, testes. Este ensino era sobre a nossa experiência de vida, daí a denominação de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Ao realizar uma retrospectiva da minha vida desde o início, lembrei-me de coisas boas, outras menos boas, mas que todas têm uma razão de ser. Tudo nos faz crescer, torna-nos responsáveis e determinados, como foi o meu caso, decidi terminar o ensino secundário e nada me fez mudar de pensamento. Aprendi muito e foi para isso que me inscrevi, eu pensava que em certas áreas que não me conseguia desenvolver, mas com muita força de vontade, consegui!!!!
Adulto RVCC - NS

Testemunhos (Maria Manuela e Filomena Nunes)

No palco da vida

No palco da vida, cada um de nós é o protagonista, actor autêntico e verdadeiro em todos os actos e cenas vividas, duma peça que é única: a nossa história! O RVCC passou por mim por acaso. Agarrei-o e vivi-o com intensidade. Foram olhares por caminhos percorridos, uns escondidos, alguns já esquecidos e outros descobertos. Este mergulhar no mais íntimo e profundo do meu ser, fez-me despertar e renascer.
Agora tenho a certeza que cada passo deste caminho, foi fundamental para a abertura de novas estradas que irão ser palmilhadas com o mesmo sabor e a mesma magia!


Obrigada “Novas Oportunidades”.

Maria Manuela

Julho de 2008

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O meu maior problema foi a falta de tempo

Quando terminei o processo RVCC do 9º ano não tinha em mente avançar para o 12º, no entanto no dia do Júri a Profissional e os formadores incentivaram-me a prosseguir. Perante o apoio deles e do meu marido preenchi logo naquele dia a inscrição para o 12º. Embora com receio de não ser capaz de o concluir fui em frente e ainda bem que o fiz, pois se me deu gozo fazer o Básico, o Secundário ainda me deu mais prazer. O facto de rebobinar o filme da minha vida, fez-me recordar muitas coisas boas que já estavam um pouco apagadas da minha memória e recordá-las foi quase como vivê-las de novo, mesmo as coisas más que aconteceram, quando bem avaliadas, damo-nos conta que as mesmas serviram para nos ajudar a crescer e que delas sempre tiramos algo de positivo.
Embora o processo RVCC não tenha como objectivo ensinar, o certo é que havia muita coisa que eu desconhecia, dadas as circunstâncias tive a necessidade de pesquisar temas e de encontrar situações de vida que encaixassem nos assuntos, de forma a elaborar as reflexões pretendidas. Estas pesquisas levaram a que adquirisse novos conhecimentos e aprofundasse outros.
A Globalização foi o tema sobre o qual mais tive de pesquisar, embora já soubesse vagamente o significado da mesma, nunca procurei aprofundar esses conhecimentos. Não foi fácil, pois encontra-se muita coisa sobre o assunto e compreende-se, mas explicar já é um pouco mais complicado.
Os restantes temas que abordei nas minhas reflexões, foram mais fáceis de trabalhar, já tinha outro tipo de conhecimentos acerca dos mesmos, mas claro que ao desenvolvê-los também acabei por aumentar novos conhecimentos.
Como já disse, gostei muito de fazer este processo, deu trabalho, mas sem trabalho nada se faz, posso dizer que ao contrário de muita gente, as minhas expectativas não foram defraudadas, sei que muitos adultos desistiram porque pensavam que o processo era mais fácil.
Tenho plena consciência que, quem como eu faz o 12º ano através do RVCC não adquire os mesmos conhecimentos, nem a mesma cultura de quem o faz da forma tradicional. No entanto, tendo experiências de vida, e quando resolvi entrar neste processo foi com a ideia de que tinha de as trabalhar, para obter o certificado, tal como aconteceu no básico. Estou feliz e posso mesmo dizer orgulhosa de conseguir estas habilitações de forma justa e sem ajuda de ninguém, salvo a dos profissionais que cumpriram dignamente as suas funções, orientando-me com os referenciais para eu elaborar as reflexões. Para não “perder o fio à meada” fiz sempre questão de estar presente nas sessões com os formadores, mesmo tendo já na minha posse os referenciais; quando já tinha os trabalhos referentes à sessão feitos, aproveitava para elaborar os que tinha em curso e trocar impressões com os formadores e com a profissional. Creio que esta atitude que adoptei perante todo este processo me facilitou e ajudou a que não encontrasse grandes dificuldades. Nunca pensei em desistir, mas o meu maior problema foi a falta de tempo, porém graças à compreensão do meu marido consegui elaborar muitos trabalhos no escritório quando não tinha clientes para atender. Isso só foi possível porque ele (o meu marido) que também é meu patrão me facilitou, não exigindo que as minhas tarefas que estavam por fazer fossem feitas de imediato e, algumas vezes, fazia ele o meu serviço para eu acabar algumas reflexões.
Terminado este processo, faço um balanço desta experiência muito positivo em todos os aspectos, posso mesmo dizer que não me recordo de nenhum ponto menos bom, tudo correu da melhor forma.
Quando iniciei o processo a nível do secundário foi mais para realização pessoal e concretizar o sonho antigo de voltar a estudar e fazer o 12º ano. Depois disto tudo, a ambição já é outra, como já disse nos meus projectos, pretendo tirar o curso de mediação de seguros e continuar a fazer formações para poder abrir uma empresa de consultadoria e gestão financeira e, se possível, criar postos de trabalho. Actualmente posso dizer que já adquiri outros benefícios, dado que com tanto que escrevi neste processo criei outra desenvoltura na elaboração dos textos e no manuseamento do computador.


Filomena Nunes
Grupo 93 NS
Fundão

CNO no PEE

O CNO no Projecto Educativo do Agrupamento de Escolas João Franco (extracto)
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B – CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO FRANCO
O Centro Novas Oportunidades Agrupamento de Escolas João Franco é uma entidade acreditada pelo Ministério da Educação e enquadrada na Agência Nacional para a Qualificação (ANQ).

Artigo 200º – Funcionamento

O Centro Novas Oportunidades (CNO) Agrupamento de Escolas João Franco – Fundão funciona na Escola EB2/3 João Franco, em regime presencial, e em itinerância, nas diferentes freguesias da área de abrangência.

Artigo 201º
Área de abrangência

A área de abrangência do CNO Agrupamento de Escolas João Franco é a NUTIII – Cova da Beira.

Artigo 202º
O CNO AE João Franco tem como missão:

a) assegurar a todos os cidadãos maiores de 18 anos uma oportunidade de qualificação e de certificação, de nível básico e secundário, adequada ao seu perfil e necessidades, no âmbito da área territorial de intervenção (NUT III - Cova da Beira);
b) promover a procura de novos processos de aprendizagem, de formação e de certificação por parte dos adultos com baixos níveis de qualificação escolar e profissional;
c) Assegurar a qualidade e a relevância dos investimentos efectuados numa política efectiva de aprendizagem ao longo da vida, valorizando socialmente os processos de qualificação e de certificação de adquiridos.

Artigo 203º
O CNO AE João Franco assume como princípios orientadores, de acordo com a Carta de Qualidade:

a) Abertura e flexibilidade
Enquanto “porta de entrada” para todos os que procuram uma oportunidade de qualificação, a equipa e os responsáveis do CNO devem organizar-se para responder a um público diversificado, respeitando e valorizando o perfil, as motivações e as expectativas de cada indivíduo.

b) Confidencialidade
Assegurar a confidencialidade no tratamento da informação prestada pelo adulto e resultante do processo desenvolvido no CNO;

c) Orientação para resultados
Assegurar a efectiva concretização, em tempo útil, das respostas às necessidades de qualificação e certificação do público

d) Rigor e eficiência
Rigor, exigência e eficiência no desenvolvimento de todos os processos de qualificação.

Artigo 204º
Deveres da entidade promotora do CNO.

a) Desenvolver o processo RVCC de acordo com os princípios e metodologias regulamentados;
b) Facultar meios e recursos materiais e humanos necessários à participação activa do adulto;
c) Assegurar no âmbito do processo de RVCC e caso se revele necessário, a realização de formação complementar, à luz dos referenciais de competências-chave de educação e formação de adultos aplicáveis, com vista à certificação pretendida.
d) Respeitar a confidencialidade das declarações emitidas pelo Adulto.

Artigo205º
Direitos do Adulto

O Adulto adquire o direito a:

a) Receber o acompanhamento e apoio necessários para o desenvolvimento do processo de RVCC, com vista à certificação no Ensino Básico ou no Ensino Secundário;

b) ter acesso às instalações do CNO, bem como ao equipamento e materiais nele existentes;

d) beneficiar de um seguro contra acidentes pessoais, a celebrar pela entidade promotora do CNO, assim que se der início ao desenvolvimento do processo de reconhecimento;
e) obter certificado de validação de competências., sempre que o processo de RVCC não conduzir à emissão de certificado e ou diploma previstos na alínea a).

Artigo 206º
Obrigações e compromissos do adulto

1 – O Adulto compromete-se a:
a) empenhar-se em todas as actividades que integram o processo RVCC, cumprindo as normas de funcionamento do CNO, bem como as regras de relacionamento que vierem a ser definidas com a respectiva equipa técnico-pedagógica;
b) conceber, organizar e apresentar, com o apoio do profissional de RVC e dos formadores que integram a equipa técnico-pedagógica do Centro, um dossier pessoal, também designado por portefólio reflexivo de aprendizagens, que contenha as evidências das competências-chave que o mesmo pretende ver validadas e certificadas;
c) solicitar a realização da sessão de júri de validação, tendo em vista a certificação de competências, mediante aconselhamento prévio dos elementos da equipa técnico-pedagógica do CNO que acompanharam o Adulto no processo de reconhecimento,
d) ser assíduo e pontual às acções para que for convocado, por qualquer meio, por elementos da equipa do CNO;
e) abster-se de qualquer acto ou omissão dos quais possam resultar prejuízos para o normal desenvolvimento do processo de RVCC;
f) utilizar cuidadosamente e zelar pela conservação dos bens e das instalações onde decorre o processo de RVCC;

Artigo 207º
Estrutura de direcção e gestão

São órgãos de direcção e gestão do CNO a gestão do Agrupamento de Escolas João Franco.

Artigo 208º
Equipa técnica

A equipa técnica obedece às directrizes da ANQ e à Carta de Qualidade, de acordo com os normativos legais.